Voo
- Ju Leijôto
- 13 de jan. de 2016
- 1 min de leitura

Não sou dominável.
Tenho certa dificuldade em ficar presa.
Minhas asas são espaçosas e exageradas,
elas não cabem em gaiolas.
Quando tentaram me adestrar
nunca mais voltei.
Tenho o direito de escolher como voar,
como bailar com o vento...
Caí por diversas vezes,
quebrei minhas asas, me reconstruí
e fui, desajeitada...
Mas sem algemas! Detesto algemas!
Sou bicho do mato, solto
na selva de pedra.
Do meu instinto é que surgem minhas defesas.
Quando avisto grades, voo acima delas
e fujo!
Porém, se me deixam flores num jardim aberto,
alguns grãos e pureza...
Eu simplesmente fico,
leal e apaixonada... Alada!
Entre rasantes e um tanto arisca
Faço um ninho, com muito capricho
E ali descanso, canto e danço, feliz.
Tenho em meus amores, o meu lar...
Se voo longe, é porque fui buscar sementes,
pra plantar ali, as coisas que me fazem ficar
Livre!
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